terça-feira, fevereiro 14, 2012

Biocombustíveis levantam polêmica na Europa


             Buscando reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 20% até 2020, a União Europeia concordou que 10% dos combustíveis utilizados para transporte sejam provenientes de fontes renováveis. 
Diversos grupos vem há anos alertando que esta meta poderia causar mais mal do que bem ao abrir mercado para combustíveis que não assim tão 'limpos'. Agora, chegou o momento em que as discussões tomaram proporções oficiais.
Connie Hedegaard, comissária da União Europeia para o clima, alertou, em entrevista ao Euractiv , sobre a expansão do uso de biocombustíveis. 
"É ótimo ver o potencial das novas tecnologias, mas devemos ter muito cuidado para não estabelecer um novo setor enorme e então, após algum tempo, dizer: isto não é bom". Atualmente, o uso de biocombustíveis na Europa responde por 4,7% da demanda total.
Ela argumenta que na época da elaboração da política do bloco em apoio aos biocombustíveis, o conhecimento e a ciência para tal ainda não estavam tão avançados e que agora é uma batalha conseguir determinar os fatores de impacto indiretos sobre o uso da terra.
Ao mesmo tempo, a Comissão Europeia está finalizando uma avaliação sobre os potenciais efeitos negativos dos combustíveis de plantas sobre o clima, e a publicação está programada para as próximas semanas.
O Euractiv teve acesso ao rascunho da avaliação, cuja conclusão indica que as emissões de biocombustíveis provenientes de fontes como óleo de palma, soja e colza podem superar as de combustíveis fósseis quando consideradas as mudanças indiretas no uso da terra, ou seja, o desmatamento em outras áreas para compensar as terras dedicadas para o plantio de biocombustíveis.
Para efeito de comparação, o petróleo retirado de areias betuminosas libera 107 gramas de CO2 equivalente por megajoule de combustível, o óleo de palma emite 105g, a soja 103g, o colza 95g e o girassol 86g, segundo os novos dados da União Europeia. O fator da cana-de-açúcar seria bem inferior, apenas 36g.
Impactos
De acordo com dois relatórios lançado nesta semana pelas ONGs Friends of the Earth (FOE) e ActionAid, a meta de 10% de renováveis nos transportes europeus adicionará entre € 94 bilhões e € 126  bilhões aos custos dos combustíveis até 2020.
"Consumidores e contribuintes estão pagando mais por esta política, que alcançará muito pouco e que acreditamos que cause degradação ao ambiente, além de fome e pobreza", comentou Robbie Blake, ativista da FOE Europa, em entrevista a Business Week . 

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