Com 30,3 milhões de hectares em 2011, o país obteve o maior crescimento entre os países produtores de culturas geneticamente modificadas.
São Paulo, 07 de fevereiro de 2012 –O Brasil alcançou a marca recorde de 30,3 milhões de hectares (ha) plantados com culturas geneticamente modificadas (GM) ou transgênicas em 2011. Com esse resultado, divulgado hoje pelo Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA), o Brasil amplia sua produção e consolida a segunda posição no ranking mundial de países que adotam a biotecnologia em suas lavouras, atrás penas dos Estados Unidos (com 69,0 milhões de ha).
Área mundial de culturas GM (em milhões de ha) – 6 maiores produtores
A produção mundial chegou a 160 milhões de hectares em 2011, um aumento de 8% em relação ao ano anterior (ou 12 milhões de hectares).
Posição | País | Área 2011 | Área 2010 | Culturas GM |
1 | EUA | 69,0 | 66,8 | Soja, milho, algodão, canola, abóbora, papaia, alfafa e beterraba |
2 | Brasil | 30,3 | 25,4 | Soja, milho e algodão |
3 | Argentina | 23,7 | 22,9 | Soja, milho e algodão |
4 | Índia | 10,6 | 9,4 | Algodão |
5 | Canadá | 10,4 | 8,8 | Canola, milho, soja e beterraba |
5 | China | 3,9 | 3,5 | Algodão, papaia, álamo, tomate, pimentão |
Brasil
O Brasil ocupa o segundo lugar em área plantada de transgênicos, com 30,3 milhões de hectares, e figura como um líder global no setor. “Pelo terceiro ano consecutivo, o país foi o motor do crescimento global, aumentando, em 2011, sua área de plantio em 4,9 milhões hectares (ou 19,3%), mais do que qualquer outro país”, afirma Clive James, presidente do ISAAA.
Soja - 20,6 milhões de hectares (82,7% do total da produção nacional da cultura)
Milho - 9,1 milhões de hectares (64,9% do total da produção nacional da cultura)
Algodão - 0,6 milhão de hectares (39% do total da produção nacional de cultura)
Para o representante do ISAAA no Brasil, Anderson Galvão, o desempenho brasileiro retrata o momento positivo no setor, que conseguiu estabelecer um ritmo de aprovações de biossegurança adequado, com uma regulação apropriada e eficiente.
No caso do milho, Galvão acredita que o país está vivendo uma revolução tecnológica que coloca o produtor brasileiro praticamente em condições de igualdade, dentro da porteira, com os seus concorrentes americanos e argentinos. “Tal situação permite ao país uma condição de segurança no abastecimento interno, além de criar excedentes exportáveis que auxiliam na regulação do mercado interno”. Destaques gerais
- África – África do Sul, Burkina Fasso e Egito, em conjunto plantaram 2,5 milhões de hectares de transgênicos. Três outros países (Quênia, Nigéria e Uganda) realizaram ensaios de campo com milho, mandioca, banana e batata doce, culturas prioritárias para os países pobres.
- Europa – Seis países da UE (Espanha, Portugal, República Checa, Polônia, Eslováquia e Romênia) plantaram 114.490 hectares de milho Bt (resistente a insetos), 26% a mais do que em 2010 (ou 23.297 hectares). Além disso, Suécia e Alemanha plantaram simbólicos 17 hectares da batata Amflora, que apresenta maior alto teor de amilopectina, substância de aplicação na indústria de papéis e adesivos.
- Países em desenvolvimento – Das 29 nações produtoras de transgênicos, 19 são países em desenvolvimento e detêm aproximadamente 50% das plantações. Espera-se que, em 2012, eles ultrapassem os países industrializados na adoção de biotecnologia.
- População mundial – Nos 29 países mencionados residem mais de 60% da população mundial, que, em 2011, alcançou a marca de 7 bilhões de habitantes.
- Pequenos produtores – Ao todo, 16,7 milhões de agricultores plantaram culturas geneticamente modificadas. Desses, 90% são considerados de pequeno porte.
- Meio ambiente - Entre 1996 e 2010, verificou-se que a adoção de biotecnologia nas lavouras contribuiu para a redução da utilização de 443 milhões de quilos de ingredientes ativos nas lavouras.
Apenas em 2010, a redução do uso de maquinário agrícola nas lavouras transgênicas, o menor número de aplicações de inseticidas e herbicidas e o sequestro de carbono do solo em razão de cultivos com menor necessidade de aragem resultaram na redução de emissão de CO2 em 19 bilhões de quilos, o equivalente a retirar 9 milhões de carros de circulação das ruas (Brookes and Barfoot, 2012, a ser publicado).
Fonte: ISAAA- 07 Fevereiro de 2012