sábado, dezembro 10, 2011

Genética Cronologia

1856O monge austriaco Gregor Mendel descreve as leis básicas da hereditariedade a partir de um estudo sobre sucessivas gerações de ervilhas verdes e amarelas. Concluiu que existiam elementos autónomos que controlavam as características hereditárias. A sua obra não será levada em conta até princípios do século XX.
1869Johann Miescher analisa o ADN a partir de pus humano
1881Edwar Zacharias prova que os cromossomas contém o ADN descoberto por Miescher
1889Richard Altmann baptiza a nucleína com o nome de ácido nucleico
1900Redescobertos os princípios da hereditaridade
1902Descoberta a conexão entre cromossomas e hereditariedade
1909As unidades fundamentais da herança biológica recebem o nome de genes.
1910Thomas Morgan descobre que os genes estão localizados nos cromossomas
1914-196Experiências com moscas do vinagre demonstraram que os genes se encontravam nos cromossomas.
1927Herman J. Muller comprovou que os raios X podiam causar mutações e  modificar o ADN, 
1929Griffinth faz a 1ª. experiência de transferência genética passando ácido nucleico de uma bactéria para outra, transmitindo-lhe assim as suas características.
1942O estudo de bactérias revelou que os genes estão formados por ADN, e que se encontram no núcleo das células.
1944Ostwald Avery descobre que o material genético de uma bactéria podia alterar a descendência de outra. 
1952 King e Briggs criaram pela primeira vez seres clónicos.
1953James Watson e Francis Crick descobrem como é feita a molécula de ADN. Possui a forma de uma dupla hélice em espiral, com apenas quatro peças, revelando uma simplicidade surpreendente. 
O ADN ocupava o lugar dos genes, um  termo que havido sido proposto em 1909 por W. L. Johannsen, para substituir o pangene que Hugo de Vries inventara para designar os factores hereditários. Só um ano mais tarde, em 1910, Thomas H. Morgan começou a estabelecer a relação entre genes e cromossomas.
1958Comprova-se que ao replicar-se, a dupla hélice do ADN  dissocia-se. Um ano depois,Severo Ochoa e Marianne Grunberg-Manago obtiveram ARN-polimerasa in vitro. Começa então a investigação para decifrar o código genético, o que se podia fazer com o enzima descoberto por Ochoa, descoberta que lhe valeu o Nobel en 1959. A equipa de Ochoa e a de Marshall Nirenberg conseguem, em 1966,decifrar o código genético, no qual o RNA mensageiro determina a produção de aminoácidos (componentes de proteínas).
1969L. Eron, J. Shapiro y J. Beckwith isoloram um gene por primeira vez, concretamente o da (lactosa), entre os 3.000 que tem a bactéria Escheris-chia coli.
1960Paul Berg consegue clonar ADN.
1970Os cientistas descobrem como cortar e pegar fragmentos de ADN, o que abre as porttas para aos grandes avanços  posteriores da engenharia genética.H. Gobind Khorana sintetizam pela primeira vez um gene de um aminoácido, constituído por 77 pares de bases, e isolam também pela primeira vez um enzima de capaz de cortar troços de ADN em lugares específicos.
1972Descobre-se o enzima que permite unir os genes.A primera molécula de ADN  recombinante, com a união de troços de ADN de espécies diferentes, foi obtida em 1972 por Paul Berg e Peter Lobban, de forma independente. Esto conduziu a que, em 1975, se tivesse proposto uma moratória mundial na Conferencia de Asilomar, California,para deter certas experiências com o ADN recombinante.
1973Princípia a  engenharia genética quando Stanley Cohen e Herbert Boyer transferem um gene pela 1ª. vez . Eles inserem  um gene de sapo africano no DNA de uma bactéria.
1977Constitui-se a Genetech a primeira empresa do mundo para fazer medicamentos com ADN recombinante. Neste ano foi também criada a primeira molécula de mamífero com estas técnicas.
1978O prémio Nobel é concedido aos descobridores dos enzimas de restrição. Fabrica-se a primeira hormona humana com técnicas de ADN recombinante.
1979Alteradas as normas impostas  pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA sobre investigacões com ADN recombinante. Um ano depois é construída a primeira fábrica industrial para produzir insulina.
1980Os cientistas começam a identificar os genes que causam enfermidades concretas. O cancro é um dos primeiros que se será investigado. O prémio Nobel se concedido aos investigadores que com enzimas de cortar e colar, criaram pela primeira vez uma molécula de ADN artificial, começava a era da engenharia genética.
1983Kary Mullis concebe a reacção em cadeia da polimerasa, técnica de PCR, que permite obter múltiplas cópias de um fragmento qualquer de ADN.Produção das primeiras plantas (tabaco) e animais (camundongos ou ratos de laboratório) transgenicos.Começa a caça aos genes associados a doenças genéticas, como a doença de Huntington e a fibrose de cística.
1984Criado o 1º. teste de identificação genética, o DNA fingerprinting
1985Alec Jeffreys desenvolve a técnica de identificação do ADN, o que se chamará o código de barras de cada pessoa. Neste mesmo ano, Walter Gil-bert propôs que o projecto do genoma humano fosse realizado a uma escala mundial.Ralf Prinster cria o 1º. porco transgénico.
1987Um comité de aconselhamento propõe a realização de um projecto multidisciplinar de 15 anos para mapear e sequenciar o genoma humano.
1988É fundada a organização de Genoma Humano (HUGO), para coordenar os esforços internacionais da investigação neste domínio.
1989Primeiras plantas transgénicas que produzem proteínas contra doenças humanas.
1990Generaliza-se o cultivo de plantas transgénicas.Cria-se o consórcio público do genoma humano, formado por científicos de 20 países e incrementado desde 1990 por organismos públicos dos Estados Unidos e da  Grã Bretanha.
A empresa Celera Genomics, criada  pelo cientista norte-americano Craig Venter. Craig  propôs-se patentar as sequências aleatórias do genoma que o seu laboratório se encontrava a decifrar, ainda sem conhecer a suas funções.
Realiza-se o 1º. procedimento de uma terapia genética. O paciente foi uma menina de 4 anos com uma grave deficiência imunológica. A menina Ashanti Silva está viva e livre de parte da doença.
1993Jerry Hall clona um embrião humano. São publicados os primeiros mapas genéticos e físicos de cromossomas humanos. 
1995Decifrado o primeiro genoma de um ser vivo, o da bactéria haemophilus influenzae , causadora da meningite e infecções no ouvido. Nasce a 1º. ovelha transgénica (Tracy) que produz leite com proteínas humanas.
1996Publica-se o genoma completo da levedura, a sacharomyces cerevisae, no ambito de um projecto que envolve 40 laboratórios da Europa e EUA.
Ian Wilmut e a sua equipa clonam o primeiro mamífero, a ovelha "Dolly". 
1997É sequenciado o genoma da bactéria escherichia coli, o principal micro-organismo utilizado nas técnicas de clonagem.
1998O genoma privatiza-se:a empresa Celera anuncia que em 2001 decifraria o genoma humano.
R. Yanagimachi aparece com 31 ratos clónicos, oito dos quais procediam por sua vez de clones. É o ano da Bolsa para as empresas de engenharia genética.
Conclui-se o primeiro genoma de um organismo multicelular, o verme caeorha bditis elegans.
1999Decifrado o 1º.cromossoma humano, o 22.
2000
A 26 de Junho de 2000, cinco anos antes do previsto, o genoma humano é dado por decifrado nas suas partes essenciais. Esta revolucionário descoberta é anunciado simultaneamente na China, Japão, França, Alemanha, e Grã-Bretanha e EUA.É publicada a sequência do genoma da mosca-do-vinagre, com cinco cromossomas.
2001

A 11  de Fevereiro, na Internet  é divulgado o esquema quase completo do genoma humano, após dez anos de investigações  à escala mundial. 
1.
O código genético humano revelou menos genes que os esperados - apenas metade a um terço do número inicialmente previsto pelos cientistas. Nas primeiras estimativas pensava-se existirem cerca de 100.000 genes humanos no código genético humano, mas, em estudos mais recentes, este número foi reposto entre os 60.000 e 80.000. O consórcio público calcula que o genoma humano contém 31.780 genes codificadores de proteínas. Até ao momento descobriram 22.000. A empresa Celera afirma ter indícios importantes sobre a existência de 26.000 genes e calcula que  seu número total seja de 38.000.
2.
Grande parte do material genético humano procede de micro-organismo primitivos como virús e bactérias. Há 113 genes humanos que provêm directamente das bactérias.O que parece confirmar a hipótese evolucionista de Charles Darwin. 



3.

Apesar da complexidade da estrutura e o comportamento humano, o número de genes humanos (30 a 40 mil) é comparável ao existente em genomas muito mais pequenos. O trigo possui 13 mil genes, um verme 18 mil, uma planta 26 mil, mas um rato possui apenas menos 300 genes. A diferença em relação ao genoma de um chipanzé é ainda muitissimo menor, ficando reduziada para apenas um punhado de genes e proteínas, mas as suficientes para permitirem que a espécie humana possa falar, raciocionar, e decidir livremente o seu destino. Não existe pois uma grande correlação entre a complexidade de um organismo e a quantidade de ADN que possui. A grande diferença em relação aos restantes animais perece residir na maior complexidade do genoma humana e nas suas maiores possibilidades de
combinações.



4.

As diferenças que tornaram pouco a pouco os humanos diferentes dos restantes animais foram preservadas no código genético. A a maior parte da variação – as mutações que sublinham a evolução e trazem uma alteração gradual da espécie humana– está no cromossoma Y. Isto quer dizer que os homens são responsáveis pela grande parte das mutações, porque apenas os homens possuem este cromossoma.

5.
Uma das descobertas mais interessantes está no facto de se verificar que os seres humanos compartilham entre si 99,99% de seus genes. Daqui ode conclui-se que pode existir maior diferença entre duas pessoas da mesma raça do que a que há, por exemplo, entre um asiático e um negro. 
6.
O ambiente terá desempenhado um papel crucial no desenvolvimento humano. A ideia que as características da personalidade estavam estreitamente ligadas ao genoma pode considerar-se falsa numa perspectiva científica. Não há genes capzes de sustentarem esta possibilidade. Esta constação levanta a seguinte questão: - Mesmo que fosse possível criar geneticamente duas pessoas idênticas, as possibilidades de ter personalidades e comportamentos iguais seria menor que zero. A diversidade do género humano tem que ser procurada no meio ambiente e nas interacções humanas e não na genética. Segundo Venter da empresa Celera, não há também suficientes genes para pensar que exista um único segmento de ADN que justifique a homossexualidade, o alcoolismo ou a agressão. Os homens não são pois necessariamente prisioneiros de seus genes, pelo contrário as circunstâncias da sua vida são cruciais na sua personalidade.





7.
Os cientistas afirmam ainda que, perante estes resultados, longe de ser a «fórmula secreta» da constituição do ser humano, o código genético é apenas um guia para a compreensão da génese e constituição do organismo humano. Após ultrapassar este enigma, um outro se
coloca: - como é que este organismo se eleva ao pensamento, de tal forma que investiga com sucesso a sua própria existência.

Carlos Fontes

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