sábado, dezembro 10, 2011

Inseminação Artificial

Terminologia: Usa-se também o termo "Fecundação Artificial", embora seja pouco correcto, pois esta só ocorre depois da inseminação. Também não é correcto falar de "artificial, pois o que é artificial é o modo como a inseminação, e não o processo biológico que é inteiramente natural.. Em termos genéricos designa-se  assim, os vários procedimentos mediante os quais se procura facilitar o encontro entre o esperma com o óvulo para tornar possível a fecundação. A inseminação artificial é desde há muito aplicada nos animais, mas é relativamente recente entre os seres humanos.  Estas técnicas tem sofrido um enorme desenvolvimento em todo o mundo, e tem levantado inúmeros problemas éticos.
A Inseminação artificial e a clonagem fazem parte da Reprodução Assistida

1. História
A história da inseminação artificial, assim como da clonagem tem séculos de existência. 
As primeiras formas de clonagem foram desenvolvidas para a reprodução de plantas. Consistiam no plantio de um talo ( ou ramo) retirado de um vegetal, obtendo-se uma nova planta geneticamente igual à anterior. Trata-se da popular enxertia.   
Outros marcos históricos:
A primeira gravidez por inseminação artificial data de 1791 e foi realizada pelo médico John Hunter. 
A primeira fecundação in vitro animal remonta a 1878.
A primeira sugestão de um clonagem idêntica à realizada para o nascimento da ovelha Dolly, data de 1938 e foi feita pelo cientista nazi Hans Spemann que recebeu o Nobel de Fisiologia-Medicina pelas suas investigações sobre a evolução dos seres vivos.
O primeiro bébe-proveta data de 1978.
No inicio da década de 90 do século XX, os médicos faziam já todo o tipo de experiências em termos de inseminação artificial: mulheres virgens ou na menopausa davam à luz crianças... Algo impensável poucos anos antes.
Em 1996 deu-se um acontecimento que abalou o mundo científico: Os investigadores do Roslin Institut de Edimburgo, realizaram uma notável façanha laboratorial: a fusão do núcleo de uma célula retirada da glândula mamária de uma ovelha de 6 anos com o óvulo de outra ovelha. Surgia desta forma o embrião da célebre Dolly.
Entretanto continuaram as inseminações bizarras: sémen congelado de pessoas falecidas que fecundam óvulos de pessoas vivas, avós que dão à luz os seus próprios netos...
Conclusão: Não há limites no campo na reprodução assistida. 
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2. Técnicas
As diferentes técnicas de reprodução assistida , podem ser classificadas em dois grupos :

1.Inseminação Artificial, a técnica mais antiga e simples. A fecundação faz-se no interior do corpo da mulher.
2. Fertilização in vitro e outras técnicas modernas. A fecundação faz-se fora do corpo da mulher. Existem diversas variantes técnicas da fertilização in vitro (GIFT - Transferência de gametas para as trompas, ICSI - Injecção Intracitoplasmática do Espermatozóide, ROSNI - Injecção Nuclear da Espermátide, etc)
 
3. Problemas Morais
Listagem das principais questões morais:
a) É legitimo manipular formas de vida humana ainda que estas não tenham nascido?
b). Deve realizar-se uma fecundação estritamente "artificial" quando a natureza não o permitiu?  
c) No caso de uma inseminação com esperma de um dador anónimo: o dador não tem nenhuma responsabilidade sobre o seu filho genético? Não tem o direito de reclamar os seus direitos de paternidade ?
d) Um filho não tem o direito de saber quem é o seu pai e herdar do seu progenitor?
e)  É legitimo que uma mulher leve dentro da sua barriga o filho de outras pessoas? Tem o direito que o ter quando o filho não é seu ?
f) Que pensar quando os embriões congelados são destruídos após a fecundação? Não se está a destruir um potencial ser humano?  O que se deve fazer com os que ficam congelados? 
g) É legitimo fazer experiências com embriões humanos? 
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 Lesley Brown no seu primeiro aniversário
O primeiro bebé proveta
No dia 25 de Julho de 1978 nascia, por cesariana, Louise Brown, o primeiro bebé-proveta. A sua mãe, Lesley Brown, tentara durante nove anos engravidar, mas uma malformação na trompa de Falócio impediam-na  de procriar. Após anos de investigação, dois britânicos, o fisiologista Robert Edwards do King`s College de Cambridge e o ginecologista Patrick Steptroe conseguiram realizar o seu sonho. Retiraram óvulos de Lesley e colocaram-nos num tubo de ensaio, onde os fizeram fertilizar com o esperma  do seu marido. Quando os óvulos começaram a dividir-se, dando origem a novas células, um deles foi implantado no útero da mãe, onde se desenvolveu normalmente. Entre 1978 e 2001, calcula-se que tenham nascido em todo mundo, graças a técnica, mais de 300.000 crianças.
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O congelamento de embriões
Um dos progressos mais importantes da inseminação foi o congelamento do  esperma, dos óvulos e dos embriões, o que permitiu: a) criar bancos de esperma, óvulos e de embriões; b) separar a paternidade biológica da maternidade efectiva. Os país podem ser uns, mas a mãe onde o embrião se desenvolve pode ser outra. 
Em Maio de 1984 nasce na Austrália a primeira  criança, a menina Zeus, cujo embrião foi mantido durante algum tempo congelado. 

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